Na Livro Livre Curió, aprendi que ler junto é um gesto de escuta. Um jeito bonito de se aproximar do outro, de si e do lugar onde se vive. Durante o tempo em que atuei na biblioteca comunitária do Curió, participei de muitas ações que tinham a leitura como ponto de partida — e de chegada.
Fiz parte da criação e mediação de clubes de leitura voltados para mulheres e crianças do território. Nos encontros com as crianças, a leitura acontecia entre risos, perguntas e encantamentos. Líamos debaixo das árvores, sentadas no chão ou desenhando com palavras. Era leitura que virava brincadeira, descoberta, invenção.
Com as mulheres, os encontros tinham outro ritmo. Eram mais pausados, atravessados por memórias, confidências, silêncio e força. A gente lia para se reconhecer, para lembrar que não estávamos sozinhas, para dar nome ao que muitas vezes ficou guardado.
Além dos clubes, também colaborei em outras ações da biblioteca: rodas de conversa, feiras, contações de histórias e mediações em escolas e espaços públicos do bairro. Sempre com o desejo de fazer da leitura um direito vivo, uma presença cotidiana, uma ferramenta de transformação.
Na Livro Livre Curió, aprendi que biblioteca é corpo coletivo. E que cada livro aberto em comunidade tem o poder de abrir caminhos dentro da gente também.
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