Minha relação com a Folha Curió nasce do território. É do Curió que venho, e foi também no Curió que entendi que escrever podia ser uma forma de resistir, lembrar, costurar memórias e anunciar futuros.
Faço parte do coletivo Livro Livre Curió, uma biblioteca comunitária que virou espaço de encontro, leitura e invenção. A partir desse chão fértil, nasceu a Folha Curió, nosso jornal comunitário. Um gesto de comunicação popular, feito por e para quem vive o bairro. Um jornal que não apenas informa, mas escuta, acolhe e devolve em palavras o que pulsa nas vielas, nas calçadas, nas vozes da vizinhança.

Atuei como escritora, mediadora e integrante do coletivo, pensando pautas, construindo reportagens, entrevistando moradores, revisando textos, e também criando momentos de formação para quem deseja se somar à produção do jornal. Cada edição é feita em mutirão, num processo coletivo que mistura café, escuta, memória e afeto.
Na Folha Curió, escrevemos sobre o que importa para a gente: o saneamento que falta, o talento que nasce na periferia, as histórias que resistem ao tempo, as mulheres que movimentam o bairro, os sonhos que ninguém cala.
Fazer parte desse projeto é afirmar que o Curió tem voz, tem potência, tem quem conte — e reconte — sua própria história.







